A máscara de Bekah Miles

Nos últimos dias, o mundo conheceu através do poder de viralização da internet, um caso peculiarmente curioso. Uma garota de 21 anos que sofre de depressão resolve compartilhar com o mundo seu fardo tatuando na perna uma mensagem que, lida ao contrário, assume uma conotação completamente diferente,  onde "I'm Fine" (eu estou bem) se transforma em "Save me" (me salve). No dia 23 de Agosto de 2015, Bekah Miles postaria em seu mural no Facebook o que dias depois se tornaria o viral mais comentado da semana em todo o mundo.

Bom,  a história nós já conhecemos, A garota postou, se tornou viral, repercutiu no mundo todo com mais de 400 mil compartilhamentos e agora está com a vida bem badalada, diga-se de passagem


Eu vou estar no KGW esta noite.A história completa logo após 6. Eu vou postar o link , esta noite, espero que em torno de 8! Se não , pela manhã .Fazendo uma entrevista de rádio BBC amanhã de manhã . Eu vou deixar você saber detalhes sobre isso também. Obrigado por todo o apoio

Bekah se tornou um símbolo na luta contra distúrbios como a depressão. Mas o que realmente chama a atenção, é a maneira como Bekah dispôs sua mensagem, onde na visão dela há uma inscrição e na visão de outros, outra. Bekah chamou atenção para algo que nós usamos diariamente, muitas vezes sem nos dar conta. Jimmy, tem ideia do que seja?

Usamos diariamente sem nos dar conta? Deixa eu ver... Wifi?

É.... Pra que eu fui perguntar....  Continue lendo, que eu explico, caro Jimmy

Todos os dias, somos despertados pelo celular,vestimos nossa armadura de combate, afiamos nossas espadas e montamos em nosso cavalo de batalha para enfrentar mais um desafio e matar mais um felino selvagem. Entretanto, teremos a impressão que nosso equipamento de guerra estará incompleto
se um utensílio ímpar for esquecido na gaveta:  nossas máscaras de uso diário.

Tal instrumento facial é de suma importância quando se quer esconder algo - seja uma dor, uma tristeza ou qualquer tipo de frustração - pelo mais diversos motivos, afinal, nem sempre queremos que as pessoas percebem seu estado putrefato interior, mesmo que muitas vezes seja difícil esconder isso delas. Suas máscaras podem assumir o formato que quiser - seja um sorriso simpático e espontâneo, um comportamento extrovertido ou uma alegria descomunal - tudo para esconder algo que está por baixo delas.

O viral de Bekah retrata justamente esta questão. Ao vivermos com máscaras, ocultamos a verdade que o mundo desconhece e damos a ele uma que sabemos que ele aceitará goela abaixo, sem a necessidade de dar qualquer tipo de satisfação. 

O ser humano usa máscaras porque é cômodo. Esconde-mo-nos por trás delas e damos ao mundo o que eles querem ver, sem maiores questionamentos. É além de tudo, é um instrumento de adaptabilidade social e muitas vezes, acaba fazendo parte do nosso "eu".

Bekah chamou a atenção pela sua ousadia. Fez questão de se desfazer de sua máscara e mostrar ao mundo seu verdadeiro eu, com o objetivo de inspirar outros a fazer o mesmo. A garota depressiva de 21 anos transmitiu ao mundo com uma simples tatuagem na perna uma mensagem de grande valia para aqueles que se aprisionam em um invólucro facial que os transformam em fantoches de si próprios e que ocultam sua personalidade.

Hoje, Bekah dá entrevistas, é retratada em sites de notícias e ficou conhecida mundialmente. Logo, agora ela tem o que talvez não tivesse antes - uma causa (afinal, basta observar as postagens da garota e você vai notar um certo ar "ativista" nelas). Havendo uma causa, não há espaço para sentimentos de inutilidade. Agora, ela pode fazer parte de um todo. Não há dúvidas de que tirar as máscaras foi de grande valia para ela. E pode ser pra você também.




Formado em TI e curioso por natureza, Pedro Antônio é o criador do Appcheckup e do Nível Crítico, blog crítico de diversos assuntos. Criou o blog com intuito de expor seu parecer sobre diversos assuntos e compartilhar o ponto de vista analítico de alguém que busca a verdade oculta nas entrelinhas da vida.

Latest
Anterior
Next Post »
0 Comentários

O que você tem a dizer sobre isso?