Uber e Taxistas: Uma História de Amor

Se tem algo não tão raro de se ver são disputas ferrenhas por nichos de mercado específico, afinal, é natural que dois opostos briguem pelo espaço que ambos acreditam que lhe é de direito. Mas nos últimos meses o mundo presencia uma disputa que está dando inveja até a Tom e Jerry. Taxistsas  estão se degladiando com motoristas do aplicativo Uber em prol de um espaço no mercado de transporte de pessoas, o que põe em xeque os conceitos sobre o limite de aceitação de novos concorrentes. Mas quem está certo? Vamos ver.

Essa disputa infantil já teve consequências graves: De conflitos até agressões e multas (até um 0800 foi criado para dar suporte aos motoristas da plataforma). Ou seja, o serviço de transporte deste nicho ganhou a bilateralidade digna de cantinho da disciplina. Taxistas passam dos limites ao não aceitar mais um coleguinha na sala pelo simples fato de que podem perder corridas para o novo serviço.

Façamos uma comparação lógica: Jimmy, interaja comigo. Quantas pessoas a indústria de VHS agrediu quando o DVD deu o ar da graça?



Ah.. bom.. nenhuma, que eu saiba...

Quantos pessoas a indústria de vinis ameaçou com a entradas dos CD's?


Nenhuma, eu acho

Quantos fabricantes de Walkman declararam guerra ao MP3 Players?

Bom, na verdade a maioria até se adaptou e... Hey, isso é um interrogatório?


Desculpe bola azul falante, me empolguei.  Mas nota-se que você entendeu a essência da coisa


Para manter-se num mercado é necessário mais do que atos de selvageria. Os taxistas ao agir com tamanho exemplo de desinteligência esquecem do elemento que os manteria facilmente a frente de qualquer nova solução mercadológica que supostamente os ameaçaria: Oferecer um serviço que cative o cliente e os mantenha na liderança de mercado.


O Uber é uma revolução no mercado de transporte urbano. É mais barato, não é necessário ter dinheiro vivo, é possível "rachar" a conta com amigos e se você quiser ser um motorista, eles te dão (isso mesmo, DÃO) um smartphone com Uber pré- instalado.


Isso tudo tem nome e atende por vantagem competitiva, características intrínsecas de quem está aberto a livre concorrência e tem potencial para dar o seu melhor em prospectar clientes. Os taxistas deveriam adotar este linha de raciocínio ao invés de chorar porque "mexeram queijo deles".

Portanto, seria de grande valia que no curso obrigatório a que submentem-se os taxistas fosse incluído na grade curricular As 5 Forças de Porter, modelo de análise de competição mercadológica concebida por Michael Porter, onde uma delas é justamente a Ameaça de Entrada de Novos Concorrentes. Apesar de não ser diretamente relacionado ao trabalho do profissional de táxis, este conhecimento acrescentaria e muito o seu senso de aceitação e livre concorrência - atualmente inexistente, pelo jeito.

Mas é como dizia uma professora dos meus tempos de ensino médio: Sempre há aqueles que abrem portas girando a maçaneta e os que o fazem com cabeçadas. Espero que os que optarem pela segunda opção saibam o que estão fazendo.




Formado em TI e curioso por natureza, Pedro Antônio é o criador do Appcheckup e do Nível Crítico, blog crítico de diversos assuntos. Criou o blog com intuito de expor seu parecer sobre diversos assuntos e compartilhar o ponto de vista analítico de alguém que busca a verdade oculta nas entrelinhas da vida.

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