Essa disputa infantil já teve consequências graves: De conflitos até agressões e multas (até um 0800 foi criado para dar suporte aos motoristas da plataforma). Ou seja, o serviço de transporte deste nicho ganhou a bilateralidade digna de cantinho da disciplina. Taxistas passam dos limites ao não aceitar mais um coleguinha na sala pelo simples fato de que podem perder corridas para o novo serviço.
Façamos uma comparação lógica: Jimmy, interaja comigo. Quantas pessoas a indústria de VHS agrediu quando o DVD deu o ar da graça?
Ah.. bom.. nenhuma, que eu saiba...
Quantos pessoas a indústria de vinis ameaçou com a entradas dos CD's?
Nenhuma, eu acho
Quantos fabricantes de Walkman declararam guerra ao MP3 Players?
Bom, na verdade a maioria até se adaptou e... Hey, isso é um interrogatório?
Desculpe bola azul falante, me empolguei. Mas nota-se que você entendeu a essência da coisa
Para manter-se num mercado é necessário mais do que atos de selvageria. Os taxistas ao agir com tamanho exemplo de desinteligência esquecem do elemento que os manteria facilmente a frente de qualquer nova solução mercadológica que supostamente os ameaçaria: Oferecer um serviço que cative o cliente e os mantenha na liderança de mercado.
O Uber é uma revolução no mercado de transporte urbano. É mais barato, não é necessário ter dinheiro vivo, é possível "rachar" a conta com amigos e se você quiser ser um motorista, eles te dão (isso mesmo, DÃO) um smartphone com Uber pré- instalado.
Isso tudo tem nome e atende por vantagem competitiva, características intrínsecas de quem está aberto a livre concorrência e tem potencial para dar o seu melhor em prospectar clientes. Os taxistas deveriam adotar este linha de raciocínio ao invés de chorar porque "mexeram queijo deles".
Portanto, seria de grande valia que no curso obrigatório a que submentem-se os taxistas fosse incluído na grade curricular As 5 Forças de Porter, modelo de análise de competição mercadológica concebida por Michael Porter, onde uma delas é justamente a Ameaça de Entrada de Novos Concorrentes. Apesar de não ser diretamente relacionado ao trabalho do profissional de táxis, este conhecimento acrescentaria e muito o seu senso de aceitação e livre concorrência - atualmente inexistente, pelo jeito.
Mas é como dizia uma professora dos meus tempos de ensino médio: Sempre há aqueles que abrem portas girando a maçaneta e os que o fazem com cabeçadas. Espero que os que optarem pela segunda opção saibam o que estão fazendo.
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