Quando a hegemonia militar de uma nação está ameaçada, espera-se desta uma ação com o intuito de defender o que sempre ostentou. E quando esta nação é a maior potência mundial, atitudes enérgicas normalmente não surpreendem.
Recentemente, o presidente da nação toda-poderosa sentiu-se pressionado a abandonar a inércia política diante do uso de armas químicas na Síria no conflito dos rebeldes contra o governo de Bashar Al-Assad. Adivinha o que ele disse que vai fazer?
Diante da pressão sofrida depois do uso de toxinas nos conflitos do oriente, o presidente Barack Obama tirou o traseiro da sua cadeira presidencial, estufou o peito e disse: “Vamos atacar a Síria, sob aprovação do congresso”.
Agora, analisemos: Seria esta uma atitude politicamente sábia? Quais seriam as conseqüências de atacar um país em pleno ápice de seus frangalhos políticos? E os aliados Sírios, como reagiriam?
O real intuito dos americanos agora não é o apaziguar desta contenda, mas sim a repressão ao uso de armas químicas, temendo que um dia estas possam ser usadas contra os próprios americanos e/ou o resto do mundo.
Para tanto, planejam ataques aéreos como uma forma de dizer “se alguém tem que usar armas químicas, este seria eu, e só eu” ou “antes que você me ataque, eu te ataco primeiro”.
Um ataque agora significaria o total colapso das relações internas e externas da Síria. Seria a consumação de uma guerra sangrenta onde não há quem tenha razão e todos sofrerão as conseqüências, inclusive os EUA (ou você acha que a Síria vai deixar isso “de grátis”?).
Os EUA estão pensando apenas em si próprios e não está dando a mínima para as implicações que este ataque trará aos Sírios, já assolados por sua própria nação, tendo em vista ainda que, com um terceiro agente, o conflito tende a tomar proporções astronômicas e sair totalmente do controle, e, na pior das hipóteses ganhar outros personagens.
Baahh, mas espera aí. Se os EUA não atacarem agora, vão deixar o governo Sírio com o peito estufado dizendo ‘intoxiquei geral e ninguém disse nada’. Aí eles deitam e rolam em cima dos rebeldes, dos americanos e do resto mundo, sacou?
Sim Jimmy, mas quem te garante que o ataque foi feito pelo governo e não pelos rebeldes, como cogita Vladmir Putin? Até porque ainda há um impasse dos americanos com os russos sobre a autoria. Nem mesmo as provas dos ataques químicos foram divulgadas. Além disso, tamanha imposição apenas colocaria lenha na fogueira, como já citei. É tentar apagar fogo com gasolina.
Em suma, um ataque a Síria chamará atenção dos aliados Sírios, fará com que os americanos comprem uma briga muito maior, derramará mais sangue inocente e não resolverá absolutamente nada.
A inconsequência dos EUA nestas circunstâncias é assustadora. Uma ofensiva militar nas atuais condições daria motivos de contra-ataque a Assad, fortaleceria os rebeldes (o que justificaria uma suposta armação por parte destes), e assolariam aqueles que enfrentam uma guerra que nunca fizeram. Os próximos capítulos prometem. É esperar pra ver.
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